A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é a entidade responsável por regulamentar e fiscalizar o exercício da advocacia no Brasil. Para garantir que a profissão seja exercida com ética e respeito à sociedade, a OAB estabelece uma série de normas e proibições no Código de Ética e Disciplina e no Estatuto da Advocacia.
Mas o que exatamente a OAB não permite? Neste artigo, vamos abordar as principais práticas proibidas para advogados, esclarecendo os limites que devem ser respeitados no exercício da profissão.
1. Propaganda mercantilista
A OAB proíbe qualquer tipo de publicidade que transforme a advocacia em uma atividade mercantilista. Isso significa que o advogado não pode fazer propaganda com apelos comerciais, como ocorre em outras profissões.
Exemplos de práticas proibidas:
- Prometer resultados garantidos.
- Oferecer descontos ou promoções.
- Usar slogans comerciais ou frases apelativas, como “os melhores advogados do mercado”.
- Anunciar serviços em mídias populares, como rádio e TV, com foco em captação de clientes.
O que é permitido?
- Publicidade informativa, como sites, blogs e perfis em redes sociais com conteúdos educativos e explicativos.
- Informar áreas de atuação, endereço e contatos, desde que de forma discreta e ética.
2. Captação de clientes de forma direta
A captação de clientes de maneira ostensiva ou direta é proibida. A relação advogado-cliente deve ser construída com base na confiança e na necessidade genuína do cliente, e não em abordagens comerciais.
Práticas proibidas:
- Distribuir panfletos em locais públicos para captar clientes.
- Abordar potenciais clientes diretamente para oferecer serviços.
- Enviar mensagens não solicitadas por e-mail ou redes sociais.
Exceção:
O advogado pode divulgar seus serviços de maneira informativa e responder a consultas ou questionamentos que sejam feitos de forma espontânea.
3. Uso indevido de redes sociais
Embora a OAB permita que advogados utilizem redes sociais para divulgar seu trabalho, existem restrições importantes para evitar a banalização da profissão.
Práticas proibidas:
- Postagens que ostentem bens de luxo ou resultados financeiros.
- Divulgar fotos de processos judiciais ou documentos sigilosos.
- Fazer publicações que contenham linguagem sensacionalista ou apelativa.
Boas práticas:
- Compartilhar conteúdos informativos e educativos relacionados ao Direito.
- Manter uma postura profissional e respeitosa em todas as interações.
4. Exercício ilegal da advocacia
A advocacia é uma profissão regulamentada, e atuar sem cumprir os requisitos estabelecidos pela OAB é considerado exercício ilegal. Isso inclui:
- Trabalhar como advogado sem estar inscrito na OAB.
- Permitir que terceiros utilizem a sua inscrição para atuar.
O exercício ilegal da advocacia pode levar a sanções graves, incluindo penalidades criminais e administrativas.
5. Parcerias com profissionais não advogados
A OAB proíbe parcerias ou sociedades com profissionais que não sejam advogados, para evitar a mercantilização da profissão e garantir que os princípios éticos sejam mantidos.
Exemplos de situações proibidas:
- Dividir honorários com pessoas que não sejam advogados.
- Estabelecer parcerias comerciais com empresas que não tenham relação direta com o Direito.
O que é permitido?
- Parcerias entre advogados devidamente registrados.
- Sociedades de advogados registradas na OAB.
6. Sigilo profissional
O sigilo profissional é uma das bases da advocacia, e a violação desse princípio é considerada uma infração ética grave.
Práticas proibidas:
- Divulgar informações confidenciais sobre clientes ou processos sem autorização.
- Usar informações obtidas em confiança para prejudicar o cliente ou obter vantagem pessoal.
O respeito ao sigilo profissional é fundamental para manter a confiança entre advogado e cliente.
7. Cobrança de honorários abusivos
A OAB proíbe a cobrança de honorários que sejam considerados abusivos ou que desrespeitem os parâmetros estabelecidos pela tabela de honorários da seccional.
Práticas proibidas:
- Cobrar valores desproporcionais ao serviço prestado.
- Exigir pagamento por serviços que não foram realizados.
O advogado deve sempre apresentar um contrato claro de honorários, especificando os valores e condições de pagamento.
8. Conflito de interesses
O advogado não pode atuar em casos onde haja conflito de interesses, ou seja, quando representar um cliente possa prejudicar outro cliente ou comprometer sua imparcialidade.
Exemplos de conflitos de interesses:
- Representar duas partes com interesses opostos em um mesmo processo.
- Atuar em processos contra clientes antigos sem observar o período de resguardo.
As regras estabelecidas pela OAB são fundamentais para preservar a ética e a dignidade da advocacia, garantindo que a profissão seja exercida com respeito e responsabilidade. Entender o que a OAB não permite é essencial para advogados que desejam atuar de forma ética e em conformidade com as normas.
Se você é advogado ou deseja entrar para a profissão, siga sempre as diretrizes da OAB e, em caso de dúvida, consulte o Código de Ética e Disciplina. Para mais informações, acesse o site oficial da Ordem dos Advogados do Brasil.